FIRJAN apresenta propostas contra o roubo de cargas na Alerj

O gerente de Estudos de Infraestrutura do Sistema FIRJAN, Riley Rodrigues, detalhou as propostas de combate ao roubo de cargas no estado do Rio, elaboradas pela Federação, para deputados, lideranças sindicais e representantes das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em audiência pública conjunta de segurança e economia, realizada em 4 de abril, Rodrigues ressaltou que esse problema vai além do crime em si.

“O roubo de cargas aumenta o valor do frete, de seguros e das próprias mercadorias. Além disso, carga roubada não paga imposto sobre a venda, reduzindo a arrecadação do estado e dos municípios. É um círculo vicioso que se retroalimenta e afeta a toda a sociedade”, afirmou o gerente, que também é assessor do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança do Sistema FIRJAN.

O estado do Rio registrou quase 10 mil casos de roubo de carga em 2016. Isso equivale a um crescimento de 221% frente a 2011 e R$ 619 milhões perdidos só relacionados às mercadorias. “Vale destacar que 94,8% das ocorrências foram registradas na Região Metropolitana. Algumas cidades consideradas tranquilas começaram a registrar dados extremamente alarmantes, como o caso de Guapimirim, com crescimento de 2.600% nos últimos seis anos”, analisou Rodrigues. 

O deputado estadual Carlos Osório (PSDB-RJ), que solicitou a audiência, destacou que o combate ao roubo de cargas exige extrema urgência. “Se continuarmos com esse nível de roubo de cargas, estaremos fadados à desaceleração da nossa economia, à desindustrialização do estado e à perda de receitas e rendas importantes para o Rio de Janeiro”, avaliou.

Já Eduardo Rebuzzi, presidente do Conselho Empresarial de Logística da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) e da Fetranscarga, que há anos chama a atenção para o problema, elogiou a atuação da FIRJAN: “O engajamento da FIRJAN é muito importante, pois representa todo o setor produtivo do estado”.

Carta do Rio

Ao fim, a deputada estadual Martha Rocha (PDT), presidente do Conselho de Segurança Pública e Assuntos de Política da Alerj, elencou as 15 propostas de atuação contra o crime apresentadas na ocasião, muitas das quais já apresentadas pelo Sistema FIRJAN na Carta do Rio, como a adoção de leis mais severas para punição de quem comete o crime ou comercializa produtos roubados; a proibição do comércio e uso de bloqueadores de sinal de radiocomunicação; o aumento na segurança das fronteiras nacionais e estaduais; a recomposição dos quadros das polícias militar, civil e a Rodoviária Federal; além da atuação direta da Polícia Federal no combate às organizações criminosas.

A Carta do Rio, entregue ao ministro da Justiça, Osmar Serraglio, em 23 de março, foi assinada por 111 instituições, empresas e representantes do setor público e de forças de segurança. O documento foi elaborado pelo Conselho Empresarial de Defesa e Segurança do Sistema FIRJAN e apresentado em 16 de março, em evento que marcou o lançamento do Movimento Nacional Contra o Roubo de Cargas, liderado pela Federação.

Ao fim da audiência, da qual participaram também a presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), Joana Monteiro e o subsecretário estadual de transporte, Delmo Pinho, além de outras autoridades, foi criado um grupo de trabalho formado por representantes do legislativo e dos setores diretamente afetados pelo roubo de cargas, para trabalhar pela adoção de propostas locais e nacionais para combater o crime.

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