FIEPI – Presidente da FIEPI faz balanço do setor industrial em 2015
Publicada em 18/12/2015 pela
FIEPI
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O momento pelo qual o país atravessa é crivado de muita expectativa e apreensão. Os fatos políticos influem nos fatos econômicos, e os econômicos se ressentem dos fatos políticos, numa combinação que vem afetando cada dia mais o Brasil e os brasileiros.
Teve enorme repercussão na Imprensa e nos meios empresariais e acadêmicos os indicadores econômicos relativos ao terceiro trimestre de 2015.
Se comparados ao mesmo período do ano passado, tivemos redução de 14% nos investimentos, queda de 11,3% da indústria de transformação, de 6,7% no setor industrial, queda de 6,3% na indústria da construção e de 2,3% no consumo das famílias.
Já se prevê uma queda recorde de 6,1% na economia brasileira no biênio 2015/2016.
O pior biênio até hoje foi de 1930/1931, quando houve retração de 5,3%, segundo estimativas.
Estes e outros indicadores, como a taxa de desemprego que já se aproxima de 10% e a inflação que chegou a dois dígitos, arrastou para baixo as esperanças do setor produtivo nacional prejudicando eventuais investimentos ou qualquer nova iniciativa dos empresários de todos os quadrantes do país.
Segundo dados da CNI, 45% do empresariado nacional tem no peso dos impostos sua maior preocupação. E não é pra menos: a carga tributária no Brasil corresponde a quase 36% do Produto Interno Bruto.
Isso significa que mais de um terço de tudo que o país produz vai parar nos cofres do governo.
Mais preocupante ainda, é a paralisia governamental no tocante a estabelecer algo objetivo no sentido de contornar a crise econômica.
A não ser tentar propor a criação de mais impostos, ao invés de reduzir suas injustificadas despesas.
O governo definitivamente está sem agenda de trabalho.
Por sua vez, o Congresso Nacional precisa tratar menos de política rasteira e buscar contribuir efetivamente para sairmos desse marasmo que conduz o país para o abismo que não merecemos.
Afinal de contas, as nações mais afetadas pela crise econômica mundial, já estão retomando rota econômica de normalidade.
Toda esta equação, leva a questão da fraca demanda interna.
A crise fez com que as empresas reduzissem a produção e os investimentos, e as famílias diminuíssem suas compras. O comércio vendesse menos, e a economia assim não crescesse.
O setor industrial do Piauí continua reclamando da qualidade da nossa energia.
Precisamos de um distrito industrial estruturado e que se defina uma logística de transporte, para juntamente com nossa lei de incentivos fiscais nos tornarmos competitivos em busca de investimentos.
No geral penso que o estado do Piauí deve definir o quanto antes prioridades que rompam os pontos de estrangulamento de nossa infraestrutura e em consequência do nosso desenvolvimento econômico e social.
O momento também é de uma avaliação do trabalho da FIEPI, de prestação de contas de nossa gestão, do que fizemos ao longo dos últimos anos no encerramento deste 2015.
Pontuar esses aspectos do setor produtivo é nossa tarefa enquanto entidade que luta para melhorar as condições de produção e competitividade da indústria.
Nos conforta e nos alegra, entretanto, apresentar dados positivos, com resultados concretos para o setor industrial piauiense.
O Sistema FIEPI, por intermédios de nossas entidades SESI, SENAI e IEL, tem se empenhado para levar cursos, treinamentos, parcerias, capacitação e aprimoramento nas diversas demandas que nos tem sido apresentada pelo setor industrial do nosso Estado.
Na área de educação deste setor, com dados de 2012 a 2015, que envolve a educação básica regular, de jovens e adultos, educação continuada e matrículas do ensino médio regular, articulado com educação profissional, o SESI já ofertou oportunidade a 22 mil pessoas.
Também o SESI, no quesito saúde e segurança do trabalhador da indústria, já realizou 63 mil atendimentos.
E no programa Estilo de Vida Saudável, com foco na qualidade de vida dos trabalhadores da indústria, o SESI atendeu 30 mil e 400 trabalhadores.
Não poderíamos deixar de mencionar iniciativas de alta capilaridade e alcance social, como os programas “ação global, dia nacional da construção social e esporte e cidadania”, de benefícios inegáveis as comunidades assistidas por esses programas.
No SENAI, a atuação na educação profissional também tem sido muito expressiva.
Nas modalidades aprendizagem industrial, qualificação básica, habilitação técnica, industrial técnica, iniciação profissional e aperfeiçoamento profissional, já são 12 mil matrículas fechando neste 2015.
Na área de tecnologia – também do SENAI – que envolve as categorias de assessoria técnica e tecnológica e consultoria em inovação, entre outras, já foram ofertadas 4 mil oportunidades.
Para atender todo o território piauiense, onde não dispomos de sedes do Sistema FIEPI, colocamos unidades móveis onde oferecemos as populações desses municípios, cursos nas áreas automotivas, construção civil, confecção, mecânica diesel, panificação e confeitaria, entre outros.
Para tornar tudo isso uma realidade, nos últimos quatro anos investimos cerca de R$ 30 milhões em infraestrutura.
Já o IEL, que compõem o Sistema Indústria, implantou o Núcleo de Inovação do Piauí com bolsistas do CNPQ.
Tivemos também no IEL Piauí, 17 novos projetos de pesquisa e inovação aplicada nas indústrias do Piauí, por intermédio do Programa Inova Talentos, destinando R$ 510 mil em bolsa de pesquisa extensão inovadora, em apenas um ano.
O IEL celebrou também diversos convênios de capacitação empresarial em parceria com o SEBRAE e outras entidades.
Por iniciativa do IEL, tivemos aqui a implantação da unidade de pesquisa industrial, ofertando também, a primeira pós-graduação em gestão industrial do Piauí.
Acabamos de inaugurar no IEL Piauí, a Unidade de Pesquisa Industrial, fruto de um convênio CNI/ FIEPI, que será responsável pela execução e articulação da pesquisa de sondagem de dados e indicadores da indústria piauiense.
Estes dados são decididamente importantes para compor nosso planejamento, nortear nossas ações e buscar incansavelmente o crescimento e o andamento da indústria do Piauí e de seus trabalhadores.