Acordo Mercosul-União Europeia sai em 2018, diz Marcos Pereira

Marcos Pereira


Não podemos admitir que o Brasil seja a nona economia do mundo e ocupe a 25ª posição em comércio exterior” – Marcos Pereira

O Brasil vai liderar o

Mercosul

para finalizar o acordo de livre comércio com a União Europeia até 2018. Essa é a expectativa do ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. Segundo ele, as eleições na França e na Alemanha, além do Brexit, vão atrapalhar o avanço das negociações no próximo ano. No entanto, o ministro disse estar confiante de que é possível concluir o acordo em 2018. Pereira participou do Fórum de Comércio Exterior, organizado pela

Confederação Nacional da Indústria (CNI)

em parceria com a Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (25), em São Paulo.

?Vamos negociar também com Canadá e com os países da Bacia do Pacífico, porque temos que privilegiar grandes mercados. Não podemos admitir que o Brasil seja a nona economia do mundo e ocupe a 25ª posição em comércio exterior. Estamos empenhados para que a política comercial seja pragmática, célere e positiva?, diz o ministro.



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Marcos Pereira afirmou que, além da negociação de acordos, a pasta está dedicada a reduzir a burocracia e, entre outras medidas, vai cumprir o cronograma para a implementação do

Portal Único

. Segundo ele, o módulo de exportação do modal aéreo será lançado no fim do ano e o módulo importação estará pronto no fim de 2017. O Portal Único é uma ferramenta online que reúne, num único lugar, os processos de comércio exterior e vai reduzir os prazos de exportação de 13 para 8 dias e, da importação, de 17 para 10 dias.

Mas, segundo ele, a prioridade número zero do governo é aprovar a PEC do teto de gastos. ?O sucesso da política industrial passa pelas reformas da previdência, trabalhista e a desburocratização dos processos. Posso dizer que o comércio exterior não está mais por conta de ideologia. Vou parafrasear o presidente Temer – não queremos ideologia, queremos resultado?, disse Marcos Pereira.



ABRIR MERCADOS

? Para o presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, o Brasil não pode ser fechado. Ele lembrou que a empresa, nos últimos 20 anos, superou valorização e desvalorização do câmbio, inflação, crises e, no momento, 42% de sua receita é internacional. ?Estamos aqui com conhecimento do passado mais recente para dizer que o empresário não precisa de proteção, mas de incentivo, de um plano claro para poder se planejar?, afirmou o executivo durante o Fórum de Comércio Exterior.

No momento, a Alpargatas trabalha para convencer o governo de que a alíquota antidumping aplicada a uma espécie de plástico atrapalha mais do que ajuda. Segundo ele, a taxa de antidumping serve para proteger uma única empresa instalada no Brasil, cujo capital é alemão. E, por isso, os insumos dos chinelos de borracha ao pneu se tornam mais caros. ?É como torcer pelo jacaré no filme no Tarzan. Não podemos onerar os insumos, porque acaba com a competitividade. Economia fechada é fruto de uma política equivocada?, reforçou.

Utsch sugeriu o que chama de ?Plano brasilidade?, uma isenção de impostos por cinco anos, desde que as empresas cumpram determinadas metas para alavancar o crescimento da economia brasileira e fomentar a indústria nacional.  ?Se eu desenvolver para a sociedade a isenção, eu não pago o imposto. Se eu não alcançar as metas, pago retroativo?, declarou.


PROMOÇÃO COMERCIAL

? O embaixador Roberto Jaguaribe estava trabalhando na China quando recebeu o convite para comandar a APEX. Na presidência da empresa há três meses, Jaguaribe disse que está surpreso com a ausência de coordenação entre os atores relevantes do comércio exterior. ?A integração com a rede de postos do Itamaraty no exterior não tem sido feita. É muito difícil separar exportação de outras coisas como atração de investimentos, de internacionalização de investimentos e de promoção comercial. Estão todas vinculadas e precisam caminhar juntos?, avaliou.

Pelo diagnóstico do embaixador, o Brasil enfrenta problemas de competitividade, insuficiência tecnologia, ausências de acordos comerciais e de promoção comercial. Por isso, a ida da Câmara de Comércio Exterior para a presidência da República  mostra que o governo trata o assunto como prioridade. ?Agora,  os assuntos de comércio estão num patamar decisório mais elevado.?

Por Adriana Nicacio, de São Paulo

Foto: Miguel Ângelo

Da

Agência CNI de Notícias

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