Estoques da indústria terminam o ano abaixo do planejado pela indústria, aponta CNI

Sondagem Industrial mostra que, em dezembro de 2016, produção e emprego caíram em ritmo menor que o observado no mesmo mês de 2015. Carga tributária e falta de demanda foram os principais problemas enfrentados pelo setor no quarto trimestre de 2016

As empresas terminaram o ano com os estoques abaixo do planejado. O indicador de estoques efetivos em relação ao planejado ficou em 48,6 pontos, o menor desde abril de 2010. Isso sugere que a produção da indústria poderá aumentar para recompor os níveis de estoques, informa a

Sondagem Industrial

, divulgada nesta sexta-feira (20) pela

Confederação Nacional da Indústria (CNI)

.

Além disso, a produção e o emprego na indústria brasileira caíram em dezembro, porém em ritmo menor do que o registrado no mesmo mês de 2015. O indicador de produção alcançou 40,7 pontos em dezembro de 2016. Embora esteja abaixo dos 50 pontos, que indica queda na produção, o índice é superior aos 35,5 pontos registrados em dezembro de 2015. Embora a queda na produção seja usual em dezembro, devido ao fim das encomendas para o Natal, o índice de produção de 2016 é o maior dos últimos quatro anos, informa a Sondagem.

Evolução da produção
A pesquisa mostra ainda que o índice de evolução do emprego ficou em 44,7 pontos no mês passado, também abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mas acima dos 41,5 pontos registrados em dezembro de 2015. Os índices de evolução da produção e do emprego variam de 0 a 100. Valores abaixo dos 50 pontos revelam queda e, quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a retração.

Diante desses dados, a CNI observa que a indústria encerrou 2016 em uma situação difícil. “Mas as perspectivas são mais positivas que o observado há um ano”, diz a pesquisa. O indicador de utilização da capacidade instalada ficou em 63%, um ponto percentual acima do de dezembro de 2015.


EXPECTATIVAS E INVESTIMENTOS

– A Sondagem mostra também que as empresas começaram 2017 com expectativas mais positivas. Com exceção do emprego, os índices de expectativa ficaram acima dos 50 pontos, indicado que os empresários esperam o aumento da demanda, das exportações e da compra de matérias-primas nos próximos seis meses. O índice de expectativa em relação ao número de empregados ficou em 46,4 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica que as empresas devem manter as demissões, embora em ritmo menor do que no ano passado.

Com as perspectivas mais otimistas, a disposição dos empresários para investir está aumentando lentamente. Em janeiro, o índice de intenção de investimentos aumentou para 45,3 pontos. Foi o nono mês consecutivo de crescimento do indicador que, contudo, continua muito baixo.  O índice de intenção de investimento varia de 0 a 100 pontos, quanto maior o indicador, maior é a propensão para investir. O economista Marcelo Azevedo explica que, com os estoques mais baixos, a produção deve aumentar agora no início do ano. Ouça:



PROBLEMAS E SITUAÇÃO FINANCEIRA

– De acordo com os empresários, a elevada carga tributária, com 45,9% das menções, a demanda insuficiente, com 38,2% das respostas, e a taxa de juros elevadas, com 27,9% das assinalações, foram os principais obstáculos enfrentados no quarto trimestre de 2016. Em seguida, vem a inadimplência dos clientes, mencionado por 24,7% dos empresários, e a falta de capital de giro, com 22,1% das respostas.

A Sondagem Industrial mostra ainda que as empresas continuam com uma situação financeira difícil. No quarto trimestre de 2016, o índice de satisfação com a margem de lucro ficou em 37,9 pontos e o de satisfação com a situação financeira foi de 42,3 pontos. Os indicadores variam de 0 a 100 pontos. Quando estão abaixo de 50, indicam empresários insatisfeitos.

As empresas continuam enfrentando dificuldades com os financiamentos. O indicador de acesso ao crédito ficou em 30,8 pontos, muito abaixo dos 50 pontos, e próximo ao menor valor da série, que foi de 29 pontos no segundo trimestre de 2016. Os indicadores variam de 0 a 100 pontos. Quando estão abaixo de 50, indicam que acesso ao crédito está difícil.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 13 de janeiro com 2.268 empresas. Dessas, 929 são pequenas, 818 são médias e 521 são de grande porte.


SAIBA MAIS

– Acesse o site da

Sondagem Industrial

para fazer o download da pesquisa e conhecer todos os detalhes da publicação.

Por Verene Wolke

Da

Agência CNI de Notícias

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