Fraca atividade provoca insatisfação recorde com condições financeiras da indústria da construção

O aprofundamento da crise econômica, que vem enfraquecendo de forma intensa o desempenho da indústria da construção, se reflete na insatisfação recorde com as finanças das empresas do segmento. Os índices de satisfação com a margem de lucro, que registrou 28,8 pontos no primeiro trimestre deste ano, e o de satisfação com a situação financeira, com 33,3 pontos, atingiram o piso da série histórica iniciada no quarto trimestre de 2009. As informações são da pesquisa

Sondagem Indústria da Construção

divulgada pela

Confederação Nacional da Indústria (CNI)

nesta segunda-feira (25). Os indicadores variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 pontos sinalizam insatisfação com a margem de lucro e com as condições financeiras.

As dificuldades de acesso ao crédito também se intensificaram nos primeiros três meses do ano. O indicador teve queda de 2,8 pontos frente ao último trimestre de 2015 e assinalou 23,1 pontos no primeiro trimestre deste ano. Foi o menor valor da série iniciada no quarto trimestre de 2009. Quanto mais abaixo da linha dos 50 pontos maior e mais disseminada é a dificuldade das empresas obterem crédito.

O indicador de preços de insumos e matérias-primas cai desde o primeiro trimestre de 2015. No entanto, como o índice está muito acima dos 50 pontos ? 59,8 pontos no primeiro trimestre deste ano ?, sinaliza aumento dos preços em relação ao último trimestre de 2015, embora em ritmo menor.

Entre os problemas enfrentados pela indústria da construção, a elevada taxa de juros passou a ser a principal preocupação no primeiro trimestre deste ano, apontada por 39,4% dos empresários. A demanda interna insuficiente foi o segundo maior obstáculo, com 35,7% das assinalações, seguida da inadimplência dos clientes, com 31,1% das respostas. A alta carga tributária ? que no último trimestre de 2015 estava na primeira colocação, com 39% das assinalações ? passou para o quarto lugar, apontada por 31% dos empresários.


ATIVIDADE

? A atividade e o emprego na indústria da construção continuam em queda. Embora o indicador de atividade tenha aumentado 2,3 pontos e o de emprego crescido 1,1 ponto em março frente a fevereiro, se mantém muito abaixo dos 50 pontos. Enquanto o índice de nível de atividade registrou 37,5 pontos no mês passado, o de evolução do emprego assinalou 36,6 pontos. O nível de atividade em relação ao usual para o mês também recuou, com indicador em 26,3 pontos em março. Valores abaixo dos 50 pontos indicam retração na atividade e no emprego e atividade abaixo do usual.

A indústria da construção operou em março com 57% da capacidade de operação. Apesar da alta de 1 ponto percentual frente a fevereiro, a utilização da capacidade de operação ficou 10 pontos percentuais abaixo da média histórica para março. ?A utilização da capacidade de operação permanece muito baixa, o que corrobora com o cenário de fraca atividade do segmento da construção?, destaca o documento.


EXPECTATIVAS

? O baixo desempenho da indústria da construção mantém os empresários pessimistas. Todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses ficaram abaixo dos 50 pontos em abril. Enquanto o índice de expectativa de nível de atividade registrou 39,7 pontos, o de novos empreendimentos e serviços assinalou 37,7 pontos e o de compras de insumo ficou em 38,3 pontos neste mês. O indicador de perspectivas sobre o número de empregados foi de 38,2 pontos.

Os empresários do segmento continuam desencorajados a investir. O índice de intenção de investimento, que assinalou 23,4 pontos em abril, atingiu pelo segundo mês consecutivo o piso da série histórica, iniciada em novembro de 2013. ?A fraca atividade do segmento, a baixa utilização da capacidade de operação e as expectativas ainda muito pessimistas inibem qualquer melhora deste indicador?, destaca a Sondagem Indústria da Construção.


SAIBA MAIS

– O levantamento foi feito entre 1º e 13 de abril com 547 empresas, das quais 174 são pequenas, 248 são médias e 125 de grande porte. Acesse a

página da Sondagem Indústria da Construção

para conhecer todos os detalhes da publicação.

Por Maria José Rodrigues

Da

Agência CNI de Notícias

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