Governo do estado apresenta tecnologias e nova estrutura de Segurança Pública

Representantes do governo estadual levaram para discussão no Conselho Firjan de Segurança Pública, em 05/02, as possibilidades de prevenção e combate ao crime com a implantação de soluções tecnológicas, como reconhecimento facial e OCR (Optical Character Recognition), business intelligence e machine learning, drones e vídeo de monitoramento. Além disso, apresentaram as propostas e a nova estrutura da área de segurança pública do estado do Rio.

Para Roberto Motta, assessor especial da Secretaria de Estado da Casa Civil e Governança, as tecnologias só servirão se fizerem a diferença nas ruas e na vida das pessoas. “Na segurança pública, a tecnologia tem que servir para proteger o cidadão, o policial e devolver a supremacia às forças de segurança”, pontuou. Motta falou da expectativa de revolucionar o uso do vídeo de monitoramento em tempo real com o software Video Analytics, que examina as imagens em tempo real e consegue detectar padrões de comportamento anormal.

Outro recurso cuja aplicação pode ser efetiva é o OCR, que permite a leitura de placas de carro. “Se essas câmeras forem dispostas de forma adequada, elas conseguem criar um cinturão em volta de uma determinada área, onde qualquer carro que entrar e sair será identificado”, explicou durante a reunião, na sede da Firjan. Segundo Motta, ainda é preciso abordar o uso do reconhecimento facial com cuidado porque há questões relativas à privacidade que ainda não foram resolvidas. Já os drones podem ser usados no levantamento de informações de forma automatizada e sigilosa, em operações especiais para dar apoio à equipe e em ações ofensivas, o que ainda é polêmico.

Para implementar as propostas, o governo está explorando várias possibilidades, debatendo a criação de um fundo especial com o BNDES e conversando com o governo federal e empresas de tecnologia.

Ilona Szabó, presidente do Conselho, disse que a tecnologia é uma questão central nas discussões do Conselho. “Por meio do Instituto Igarapé fizemos projetos pilotos e aplicamos tecnologias para segurança em outros estados, mas no Rio não conseguimos isso por questão de infraestrutura, legislações e entraves burocráticos. Então, é importante a atual gestão olhar para esse problema, pois temos muito potencial”, completou.

Nova estrutura

Em relação às mudanças estruturais na área, com a extinção da Secretaria Executiva de Segurança Pública, a integração das polícias civil e militar é o caminho de atuação do novo governo. Em conjunto, as duas polícias já estão trabalhando no projeto de registro do boletim de ocorrência online, em que o próprio policial militar fará o registro por meio de uma plataforma, sem necessidade de deslocamento até uma delegacia.

O coronel Rogério Figueiredo, secretário de Estado de Polícia Militar (SEPM), falou das responsabilidades do comandante de batalhão, que conhecem melhor a região em que atua. “Ele é o responsável pelo planejamento e pelos resultados de sua área, pois entende o cenário da região. Delegar isso é importante porque o crime é dinâmico e muda muito”. Segundo Figueiredo, no entanto, o desafio ainda é trabalhar com uma demanda infinita e recursos finitos. “Precisamos de coisas básicas: viaturas, efetivo, armamento, munição e planejamento. Quando isso não está pleno, temos uma grande dificuldade”, pontuou, anunciando, em seguida, a chegada de uma nova frota de viaturas até meados deste ano.

O delegado Fabio Barucke, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional (SEPOL), falou sobre o foco de atuação da nova Secretaria. “Vamos focar nas duas principais organizações criminosas do Rio – o tráfico de drogas e as milícias – e nos crimes de corrupção contra a administração pública”, apresentou. Barucke disse que a ideia do novo Departamento-Geral de Investigação à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro será buscar os bens adquiridos pelos criminosos e indiciá-los por lavagem de dinheiro, recuperando esses bens para o Estado e trazendo mais efetividade às investigações. “Agora, nenhuma investigação se encerra com a prisão. Ela passará pelo laboratório de lavagem de dinheiro, porque entendemos que o maior objetivo (dos criminosos) é o lucro, para transformá-lo em atividade financeira”, explicou.

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, levou para o debate a necessidade de intensificar a fiscalização nas fronteiras do estado, mesmo que acarrete uma demora no tráfego. “Todos nós queremos ajudar na questão da segurança, mesmo perante algum sacrifício. Só podemos melhorar a condição econômica do estado se melhorarmos a segurança pública”, frisou. A Firjan irá levar os temas debatidos durante o encontro do Conselho para o governador Wilson Witzel.

Fonte: Firjan

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