Mudança nas regras do pré-sal destravará investimentos na cadeia de petróleo e gás, diz CNI
?A desaceleração da exploração do petróleo no Brasil está destruindo um patrimônio que nos custou muito a construir? – Carlos Abijaodi
A retomada dos investimentos no setor de petróleo contribuirá para acelerar a retomada do crescimento da economia brasileira. Para que isso ocorra, no entanto, é preciso aprimorar o marco regulatório do pré-sal, flexibilizando a cláusula que obriga a Petrobras a participar de todos os blocos de exploração de petróleo no regime de partilha. ?Na prática, isso significa que nenhuma rodada relevante do pré-sal será realizada enquanto a Petrobras não recuperar suas finanças?, disse Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da
Confederação Nacional da Indústria (CNI)
.
O papel da Petrobras na exploração do pré-sal foi tema de audiência realizada pela Câmara dos Deputados para debater o Projeto de Lei no 4.567/16, que faculta à Petrobras escolher quais blocos do pré-sal explorar ? pelas regras atuais, a estatal tem participação mínima de 30% em cada consórcio vencedor. Diante da crise financeira que atravessa, porém, a Petrobras não tem capacidade para assumir novos blocos de exploração no pré-sal, travando novos leilões e, por consequência, toda a cadeia de óleo e gás.
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Abijaodi destacou que a forte queda no investimento da Petrobras levou ao fechamento de empresas de alta tecnologia do país e de milhares de postos de trabalho, acentuando a crise, especialmente, nos municípios que têm seu crescimento ligado ao setor. Além disso, há impacto sobre a arrecadação do Estado, afetando sua capacidade de financiamento da saúde e da educação. ?A desaceleração da exploração do petróleo no Brasil está destruindo um patrimônio que nos custou muito a construir?, ponderou o diretor.
INVESTIMENTO E EMPREGO
? De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (ABESpetro), a paralisia nos investimentos na cadeia produtiva de petróleo e gás levou à perda de 510 mil empregos entre fornecedores e prestadores de serviço, desde 2012. Por outro lado, para cada US$ 1 bilhão investido no setor, são criados 25,6 mil empregos. ?Precisamos re-energizar o setor, podemos captar investimentos imediatos?, disse o secretário-executivo da ABESpetro, Gilson Freitas Coelho.
Por Guilherme Queiroz e Ariadne Sakkis
Foto: Miguel Ângelo
Da
Agência CNI de Notícias