Piora do endividamento das famílias mantém pessimismo do consumidor
O
Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC)
ficou praticamente estável em abril ao registrar 97,5 ? queda de apenas 0,1% em frente a março. Apesar da estabilidade, o indicador sinaliza manutenção do pessimismo, já que está 11% abaixo da média histórica. Os brasileiros estão especialmente preocupados com as dívidas. O índice de endividamento caiu 5,3% em abril frente a março e ficou no menor nível da série histórica, iniciada em 2001. Quanto menor é o indicador, maior o percentual dos consumidores que afirmam que as dívidas aumentaram.
O aumento das dívidas também deixa os brasileiros mais pessimistas sobre a situação financeira e expectativas de bens de maior valor. O índice de situação financeira teve queda de 0,4% em abril em relação a março, sinalizando maior insatisfação com as finanças em relação aos últimos três meses. Na comparação com abril de 2015, o indicador está 11,5% inferior. O indicador de compras de bens de maior valor recuou 2,3% em abril frente a março, o que sinaliza menor propensão dos consumidores de comprarem nos próximos seis meses bens como eletrodomésticos e carros.
Dos seis componentes do INEC, três apresentaram alta na comparação com março: as expectativas sobre a inflação, o desemprego e a renda pessoal, ou seja, mostram maior otimismo do consumidor com a evolução futura dos preços, do emprego e de sua renda. Apesar da melhora nos indicadores, a maior parte dos consumidores ainda espera aumento dos preços e do desemprego. Enquanto o índice de inflação cresceu 4,1%, o de desemprego teve alta de 5% em abril na comparação com março. O indicador de expectativas sobre a renda pessoal, que aumentou 1,6% no período, foi puxado pelo menor percentual de pessoas que esperam queda nos rendimentos frente a março.
Feito em parceria com o Ibope, o INEC deste mês ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre os dias 14 e 18 de abril.
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Por Maria José Rodrigues
Da
Agência CNI de Notícias