SENAI oferecerá consultoria a 3 mil indústrias de pequeno e médio porte para aumentar produtividade

Lançamento do Brasil Mais Produtivo


“O projeto mostrou que é possível ter ganhos significativos de maneira rápida e econômica, alcançando um grande número de empresas” – Robson Braga de Andrade

O programa

Brasil Mais Produtivo

vai atender, ao longo de 2016 e 2017, 3 mil indústrias de pequeno e médio porte em todo o país, com o objetivo de aumentar em 20% sua produtividade. O programa ? que terá coordenação técnica do

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

? prevê modificações rápidas e de baixo custo nas empresas para alcançar ganhos expressivos de produtividade por meio de técnicas de manufatura enxuta. A iniciativa, sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tem como parceiros, além do SENAI, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O conceito de manufatura enxuta baseia-se na redução de sete tipos de desperdícios (super-produção, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos). Trata-se de uma resposta rápida para o dilema da baixa produtividade da indústria brasileira. Para sua primeira fase de execução, estão previstos R$ 50 milhões em investimentos, dos quais R$ 25 milhões foram aportados pelo MDIC e os outros R$ 25 milhões pelo SENAI.

Durante o lançamento, o secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Carlos Gadelha, ressaltou que a iniciativa é uma boa opção por não inventar a roda. ?Vamos partir de metodologias testadas e que já apresentaram bons resultados?, disse. O programa é inspirado no

projeto-piloto do Indústria Mais Produtiva

, desenvolvido em 2015

pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

junto a 18 empresas de médio porte (com faturamento entre R$ 3,6 milhões e R$ 20 milhões) dos setores de alimentos, confecção, calçados, metalmecânico e brinquedos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Ceará.



DA PORTA PARA DENTRO

? O resultado foi um retorno financeiro entre oito e 108 vezes o valor (R$ 18 mil) investido pelas indústrias. Entre outros resultados, foram registrados 42% de aumento médio de produtividade; 41% de ganho em qualidade do processo produtivo e 21% de redução de custo de produção.

A produtividade é o aspecto da competitividade que mais depende da ação da própria indústria. Na visão do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a adoção de um leque de medidas para melhorar a produtividade é urgente para as empresas brasileiras. Ele destacou que é preciso melhorar a formação dos trabalhadores, mas também é necessário avançar na qualidade dos processos produtivos.

“O projeto mostrou que é possível ter ganhos significativos de maneira rápida e econômica, alcançando um grande número de empresas. Num ambiente atual, de fortes restrições fiscais e de reequilíbrio macroeconômico, o Brasil Mais Produtivo se apresenta como um instrumento realista e eficaz da política industrial”, destacou Andrade.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, reconheceu as dificuldades por que passam os empresários brasileiros no momento econômico atual que classificou como extraordinariamente complexo. Para ele, porém, ainda há um espaço para ganhos de eficiência. Ouça:



COMO PARTICIPAR –

As empresas interessadas devem entrar na

página do Brasil Mais Produtivo.

São aptas a participar do programa as indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, que tenham entre 11 e 200 empregados e, preferencialmente, que estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APL). Na primeira fase do programa, os setores elegíveis são: metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro e de alimentos e bebidas. Elas serão atendidas em todo o Brasil por 400 consultores dos

Institutos SENAI de Tecnologia

e pelas unidades do SENAI nos estados.



RESULTADOS ESPERADOS

– Ao fim das 120 horas de consultoria, é esperado que a empresa aumente em, pelo menos, 20% sua produtividade. Para a avaliação dos resultados, serão utilizados quatro indicadores:

– Capacidade Produtiva: o aumento da quantidade de unidades produzidas em um espaço de tempo;

– Movimentação: a diferença entre o tempo de movimentação antes e depois do programa;

– Qualidade: a diferença entre o retrabalho antes e depois do programa;

– Retorno financeiro: a diferença entre o retorno financeiro e o que foi investido no programa.

Por Ismália Afonso

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

Da

Agência CNI de Notícias

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